Mais recentemente, na escola onde trabalho, venho observando a insegurança das professoras recém contratadas no desenvolvimento das atividades na Educação Especial. São professoras em primeira experiência desse tipo, até então. Todas preocupadas em acolher e apoiar seus novos alunos, mas ainda lhe falta conhecimentos sobre o assunto. Então, a primeira criança torna-se a grande mestra, que auxiliará primeiro a desmistificar eventuais pré-conceitos decorrentes do escasso convívio com indivíduos com deficiência na fase escolar, e depois, impulsionar a aprender sobre o tema por meio de pesquisas, cursos de aperfeiçoamento e mesmo com o contato com outros profissionais, e absorvendo o maior número possível de informações e assim desempenhar com mais qualidade essa missão tão importante. Pensando nisso, aqui vão algumas sugestões para auxiliar nessa nobre missão.
Autistas apresentam atrasos e
déficits significativos no desenvolvimento de habilidades sociais. Portanto, o
trabalho com pistas visuais pode contribuir para a estimulação destas
habilidades. As pistas de algumas situações do dia a dia devem ser utilizadas
em suas rotinas. Veja alguns exemplos:
Crie as suas, como por exemplo: horário de ir ao parquinho, horário de sair do parquinho e assim vai...
Ainda que existam muitas pesquisas sobre o processo de alfabetização no autismo, não conheço nenhum método que seja específico para o TEA - Transtorno de Espectro Autista. Sendo assim, a alfabetização no TEA demanda ajustes nas metodologias utilizadas, mas não há uma que seja específica para alfabetizar crianças com autismo.
Sendo assim, a metodologia fônica é a mais indicada para o processo de alfabetização de transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo. O mais importante na alfabetização no autismo é considerar a individualidade de cada aluno, uma vez eu não existe uma criança igual a outra e, portanto, no planejamento pedagógico, deve-se fazer as adaptações necessárias, segundo as particularidades de cada uma criança.
Sabemos que existem características comuns no TEA, porém o espectro engloba uma ampla variedade na intensidade dos sintomas. Portanto, algumas crianças podem ser verbais, enquanto outras podem não falar, o que exigem do profissional a execução de um processo de alfabetização individualizado.
Para podermos dar os primeiros passos na elaboração desse processo de alfabetização devemos entender algumas dessas características.
CARACTERÍSTICAS
DO TEA
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento,
ou seja, apresenta sinais durante o desenvolvimento da criança. É importante
que pais e professores se atentem aos sinais, porque o diagnóstico precoce
facilita que a criança receba a estimulação adequada. Principais
características:
1. Sua
comunicação verbal e não verbal comprometem a interação social. Sua linguagem
está relacionada aos déficits de comunicação e isso, justamente, prejudica a
interação social.
2.
Apresentam
comportamentos repetitivos e interesses restritos;
3. A
criança com TEA tem muita dificuldade em decifrar signos sociais e entender o
contexto, o que dificulta o contato e as relações com o outro;
4.
Falta
de contato visual;
5.
Atraso
na fala;
6.
Pouca
reciprocidade, não dialoga nem compartilha objetos ou interesses;
7.
É
celetista com objetos, prefere mais os objetos que as pessoas;
8.
Apresenta
visão fragmentada do todo e hiperfoco em detalhes;
5.
Apresenta
dificuldade para usar pronomes;
6.
Tem
a tendência em utilizar jargões e termos ininteligíveis;
7. Têm
ecolalia (transtorno da linguagem caracterizado pela fala repetitiva),
repetindo termos vistos em filme e desenhos na tentativa de diálogo;
8.
Apresentam
estereotipias, manias e rituais;
9.
Problemas
com mudanças de rotina e rigidez de pensamento e ação;
10.
Mudanças
de humor;
11.
Hipersensibilidade
auditiva, visuais e gustativas;
12.
Irritação
com estímulos táteis e auditivos;
13.
Memória
muito boa para formas e sequências visuais;
14.
Pouca
sensibilidade a dor.
ALFABETIZAÇÃO NO AUTISMO
O
TEA é um espectro e, portanto, algumas crianças não falam, outras falam pouco
ou são pouco fluentes, já outra falam com certa regularidade. Sendo assim,
devemos ter um olhar individualizado na alfabetização no autismo.
Cerca
de 50% dos casos de TEA são acometidos por Deficiência intelectual, mas também
temos entre 5% a 10% dessas crianças que apresentam altas habilidades.
O
processo de alfabetização de uma criança com TEA deve ser desenvolvimento considerando
alguns processamentos cognitivo, tais como:
a)
Disfunção
executiva, motora e espacial;
b)
Lenta
velocidade de processamento;
c)
Baixa
capacidade de manter a atenção em tarefas sequenciais;
d)
Memória
boa para o hiperfocal e ruim para o que não interessa.
Portanto, o professor deve considerar, no processo de alfabetização no autismo, todos esses aspectos ao elaborar suas atividades. Ele deve adaptar estratégias de ensino de maneira que possibilite o aprendizado. O professor deve buscar o interesse restrito desse aluno, usando-o como ponto de partida, interesse e motivação para que suas atividades sejam efetivas.
O aluno com autismo pode se destacar na identificação direta das palavras, ou seja, pode memorizá-las com facilidade, porém poderá apresentar dificuldades nas habilidades fonológicas mais complexas, como compreender contextos.
As crianças com autismo também apresentam dificuldades na associação de palavras, narrativas, frases com significado complexo, palavras com duplo significado e metáforas e na interpretação de textos.
É fundamental observar as comorbidades (associação de duas ou mais doenças simultaneamente num paciente) – como DI (Ieficiência intelectual é um déficit precoce no funcionamento cognitivo e no comportamento adaptativo) – e, nesse caso, o trabalho com atividades estruturadas sequenciadas, com instrução explícita e altamente visuais, favorecem o entendimento das crianças com autismo.
A
alfabetização no TEA não é diferente, apenas são necessárias algumas adaptações
nas estratégias. O mais importante é conhecer as características de cada aluno
e considerar suas dificuldades e habilidades na elaboração das atividades
específicas.
SUGESTÕES:
RELÓGIO
SILÁBICO
CARTÕES
SILÁBICOS
Acima, apenas uma sugestão, mas que já desperta novas possibilidades...
CARTAZ
COM FRASES
De acordo com as consoantes trabalhadas em sala, você pode criar cartazes nesse sentido
(Por enquanto é isso.
Bom trabalho!)
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