(/Fonte: https://pioneiro.com.br/como-sera-o-acolhimento-presencial-do-ensino-medio/)
Você, professor, já passou por
alguma mudança em sua prática diária? Trabalhava em um determinado ano de
ensino e mudou para outro? Já mudou de escola? Como reagiu a essas mudanças?
Elas lhe trouxeram insegurança, medo, aquela sensação de acho que não vou
conseguir?
Pois bem, é sobre isso que vou escrever!
Na escola, essa premissa não é diferente. As crianças,
quando chegam, são recepcionadas por uma professora que as acolhe, as
acompanha, algumas cantam, outras abraçam, enfim, fazem pelas crianças o que,
provavelmente, muitas mães fazem, mas que outras, por falta de tempo, não
conseguem fazer pelos filhos. Professora, você também é assim? Independente de
sua resposta, lembre-se que o ato de acolhimento é um ato diário, interativo e
pode ser utilizado como um pilar de fidelização de amizade, confiança e
respeito entre o professor e seus alunos. Ele, na minha opinião, deveria ser
mais bem explorado no dia a dia escolar.
Ao longo da Educação Infantil até o final da primeira etapa
do Ensino Fundamental, nossos alunos convivem com o professor polivalente,
presente na maior parte do tempo em sala de aula e, às vezes, fora dela também,
seja no recreio interativo, em eventos extracurriculares, mais recentemente por
videoaulas, enfim. Essa proximidade gera um vínculo profundo entre a criança e
seu professor. Isto é tão significativo que eles acreditam que será sempre
assim. Alguns alunos, mesmo mudando de turma, série, nível ou escola, muitas
vezes carregam dentro de si a memória afetiva daquele professor que a tratou
com carinho, que se preocupou com ele, bem sabemos disso! Talvez essa seja uma
das grandes dificuldades com as quais o professor de hora atividade, ou o professor
especialista se depara em sala de aula. Mas, essa é discussão para outro
momento!
Pensemos, por exemplo, na passagem das crianças da Educação
Infantil para os anos iniciais do Ensino Fundamental: Quanto choro, quanto
tempo de adaptação, quanto temor das mamães que, em sua preocupação e
superproteção, não desgrudam da porta da sala. Essa mudança, por exemplo,
constitui um momento delicado, drástico na vida delas. Observemos que as
brincadeiras e cantigas na sala de aula são gradativamente substituídas por uma
rotina diferente, mais estruturada de cadernos, conteúdos e outros tipos de
avaliações, sem contar com a intervenção de vários professores na vida daquele
aluno.
Dessa forma, quando nós, professores, buscamos a adaptação
de nossos alunos temos que ter em mente que se trata de uma tarefa complexa,
mas que pode garantir-lhe o bem-estar na sala de aula no novo nível de ensino. Essa
tarefa deve ser partilhada com todos os profissionais que atuam na escola,
partindo desde a recepção passando pela zeladoria, cozinheiras, secretaria e,
principalmente, a equipe pedagógica. Trabalhar essa transição como uma tarefa
institucional deve ser, inclusive, prevista no currículo, no projeto político
pedagógica da escola e no regimento escolar.
A BNCC menciona a transição da
Educação Infantil para o Ensino Fundamental:
[...] para que as crianças superem com sucesso os desafios da transição, é indispensável um equilíbrio entre as mudanças introduzidas, a continuidade das aprendizagens e o acolhimento afetivo, de modo que a nova etapa se construa com base no que os educandos sabem e são capazes de fazer, evitando a fragmentação e a descontinuidade do trabalho pedagógico (BRASIL, 2018, p. 5)
Neste contexto, o olhar cuidadoso, atento e afetivo para os nossos alunos, nesse momento tão delicado, é muito importante, cuja atenção especial dos professores que os acompanharam ao longo da fase da Educação Infantil e dos que os acompanharão ao longo da primeira etapa do Ensino Fundamental, com troca de informações, facilitarão essa adaptação.
Pensemos
que o Ensino Básico é uma etapa muito importante na vida escolar do aluno. Além
de ser a mais longa, é quando ele passa pelas principais transformações na sua
vida, em especial a passagem da infância para a adolescência. A esse respeito,
a BNCC destaca:
Há, portanto, crianças e adolescentes que, ao longo desse período, passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros [...] essas mudanças impõem desafios à elaboração de currículos para essa etapa de escolarização, de modo a superar as rupturas que ocorrem na passagem não somente entre as etapas da Educação Básica, mas também entre as duas fases do Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais. (BRASIL, 2018, p. 57)
Sabemos
que apesar dos desafios, essa transição não deve ser considerada com um desafio
a ser superado pela escola. Ela é previsível e deve ser tratada com
espontaneidade e senso de acolhimento. Além disso, como tudo na escola deve ser
pedagogicamente pensado, ou seja, organizado de forma sistemática e intencional
contemplando os objetivos da aprendizagem, com o processo de transição não é
diferente.
Dessa
forma, é fundamental que se tenha, como já comentei, um esforço conjunto de
todos aqueles presentes no ambiente escolar e também dos familiares desses
alunos. A transição deve ser encarada como uma possibilidade para apoiar os
alunos incentivando-os a compreenderem suas novas responsabilidades e deveres
ao avançarem para uma nova fase de suas vidas.
Como
exemplo de atividade de acolhimento sugiro a abaixo:
ATIVIDADE: SAUDAÇÕES GIRATÓRIAS
Você poderá
integrar, para a realização dessa atividade, as crianças de sua sala de aula
bem como, no início do ano, as crianças oriundas da Educação Infantil com as do
1º ano do EF, ou outras séries, se for o caso.
COMO SE DESENVOLVE A ATIVIDADE
VARIAÇÃO DESSA ATIVIDADE
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