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O começo, o meio e o fim. Se quiser ter sucesso no mundo louco de hoje, você precisa mostrar sua personalidade, seu senso de humor e, acima de tudo, abrir seu coração. Eu não me furtaria a isso também: ANTONIO CARLOS MACEDO DOS SANTOS, licenciado em Educação Física, Pedagogia e especialista em Desenvolvimento Psicomotor, 66 anos, casado e feliz, alegre, otimista e pé no chão. Amo música, esportes, um bom livro, filmes, sou eclético nisso. Para saber mais sobre mim, navegue pelo meu blog, conheça minhas opiniões, paixões e descubra o que me inspira... e o que pode inspirar você também!

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

O ACOLHIMENTO E SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO FORMATIVO NO ENSINO FUNDAMENTAL

 

                       (/Fonte: https://pioneiro.com.br/como-sera-o-acolhimento-presencial-do-ensino-medio/)


    Você, professor, já passou por alguma mudança em sua prática diária? Trabalhava em um determinado ano de ensino e mudou para outro? Já mudou de escola? Como reagiu a essas mudanças? Elas lhe trouxeram insegurança, medo, aquela sensação de acho que não vou conseguir?

         Pois bem, é sobre isso que vou escrever!

         Dificilmente encontraremos alguém que não sentiu algum tipo de desconforto diante de uma mudança, por mais preparada que essa pessoa pense estar, não é mesmo? As mudanças geram impactos e promovem um repensar sobre suas práticas, exigindo novos ajustes no viver, no se relacionar e diferentes perspectivas. Algumas mudanças causam ansiedade, estresse e dificuldades de adaptação, outras são mais afáveis e confortáveis e variam de acordo com o acolhimento e a reciprocidade, mas via de regras são temerosas!

         Na escola, essa premissa não é diferente. As crianças, quando chegam, são recepcionadas por uma professora que as acolhe, as acompanha, algumas cantam, outras abraçam, enfim, fazem pelas crianças o que, provavelmente, muitas mães fazem, mas que outras, por falta de tempo, não conseguem fazer pelos filhos. Professora, você também é assim? Independente de sua resposta, lembre-se que o ato de acolhimento é um ato diário, interativo e pode ser utilizado como um pilar de fidelização de amizade, confiança e respeito entre o professor e seus alunos. Ele, na minha opinião, deveria ser mais bem explorado no dia a dia escolar.

         Ao longo da Educação Infantil até o final da primeira etapa do Ensino Fundamental, nossos alunos convivem com o professor polivalente, presente na maior parte do tempo em sala de aula e, às vezes, fora dela também, seja no recreio interativo, em eventos extracurriculares, mais recentemente por videoaulas, enfim. Essa proximidade gera um vínculo profundo entre a criança e seu professor. Isto é tão significativo que eles acreditam que será sempre assim. Alguns alunos, mesmo mudando de turma, série, nível ou escola, muitas vezes carregam dentro de si a memória afetiva daquele professor que a tratou com carinho, que se preocupou com ele, bem sabemos disso! Talvez essa seja uma das grandes dificuldades com as quais o professor de hora atividade, ou o professor especialista se depara em sala de aula. Mas, essa é discussão para outro momento!

         Pensemos, por exemplo, na passagem das crianças da Educação Infantil para os anos iniciais do Ensino Fundamental: Quanto choro, quanto tempo de adaptação, quanto temor das mamães que, em sua preocupação e superproteção, não desgrudam da porta da sala. Essa mudança, por exemplo, constitui um momento delicado, drástico na vida delas. Observemos que as brincadeiras e cantigas na sala de aula são gradativamente substituídas por uma rotina diferente, mais estruturada de cadernos, conteúdos e outros tipos de avaliações, sem contar com a intervenção de vários professores na vida daquele aluno.

         Dessa forma, quando nós, professores, buscamos a adaptação de nossos alunos temos que ter em mente que se trata de uma tarefa complexa, mas que pode garantir-lhe o bem-estar na sala de aula no novo nível de ensino. Essa tarefa deve ser partilhada com todos os profissionais que atuam na escola, partindo desde a recepção passando pela zeladoria, cozinheiras, secretaria e, principalmente, a equipe pedagógica. Trabalhar essa transição como uma tarefa institucional deve ser, inclusive, prevista no currículo, no projeto político pedagógica da escola e no regimento escolar.


    A BNCC menciona a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental:

[...] para que as crianças superem com sucesso os desafios da transição, é indispensável um equilíbrio entre as mudanças introduzidas, a continuidade das aprendizagens e o acolhimento afetivo, de modo que a nova etapa se construa com base no que os educandos sabem e são capazes de fazer, evitando a fragmentação e a descontinuidade do trabalho pedagógico (BRASIL, 2018, p. 5

Neste contexto, o olhar cuidadoso, atento e afetivo para os nossos alunos, nesse momento tão delicado, é muito importante, cuja atenção especial dos professores que os acompanharam ao longo da fase da Educação Infantil e dos que os acompanharão ao longo da primeira etapa do Ensino Fundamental, com troca de informações, facilitarão essa adaptação.

Pensemos que o Ensino Básico é uma etapa muito importante na vida escolar do aluno. Além de ser a mais longa, é quando ele passa pelas principais transformações na sua vida, em especial a passagem da infância para a adolescência. A esse respeito, a BNCC destaca:

Há, portanto, crianças e adolescentes que, ao longo desse período, passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros [...] essas mudanças impõem desafios à elaboração de currículos para essa etapa de escolarização, de modo a superar as rupturas que ocorrem na passagem não somente entre as etapas da Educação Básica, mas também entre as duas fases do Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais. (BRASIL, 2018, p. 57)  

Sabemos que apesar dos desafios, essa transição não deve ser considerada com um desafio a ser superado pela escola. Ela é previsível e deve ser tratada com espontaneidade e senso de acolhimento. Além disso, como tudo na escola deve ser pedagogicamente pensado, ou seja, organizado de forma sistemática e intencional contemplando os objetivos da aprendizagem, com o processo de transição não é diferente.

Dessa forma, é fundamental que se tenha, como já comentei, um esforço conjunto de todos aqueles presentes no ambiente escolar e também dos familiares desses alunos. A transição deve ser encarada como uma possibilidade para apoiar os alunos incentivando-os a compreenderem suas novas responsabilidades e deveres ao avançarem para uma nova fase de suas vidas.

Como exemplo de atividade de acolhimento sugiro a abaixo:


ATIVIDADE: SAUDAÇÕES GIRATÓRIAS

         Você poderá integrar, para a realização dessa atividade, as crianças de sua sala de aula bem como, no início do ano, as crianças oriundas da Educação Infantil com as do 1º ano do EF, ou outras séries, se for o caso.

COMO SE DESENVOLVE A ATIVIDADE

       Designar um jogador para conduzir o jogo ou, se necessário, pode ser o professor. Os demais se colocam aos pares, formando dois círculos concêntricos. Os componentes do círculo externo ficarão de frente para o centro do círculo, os componentes do círculo interno ficarão de costas para o centro do círculo.

        O condutor dá uma senha numerada que determina os tipos de saudações que serão feitas. Por exemplo, “1. aperto de mão, muito formal; 2. abraço efusivo; 3. saudação obrigatória, leve inclinação de cabeça”, entre tantas…

        Ao comando de “girando”, o círculo de dentro gira para a direita e o de fora para a esquerda.

      Quando o condutor diz um número em voz alta, todos param e saúdam o companheiro que estiver à frente de maneira que corresponda com o número falado.

À medida que se repete o jogo, vão-se incrementando os tipos de saudações para torná-lo mais divertido.

 

VARIAÇÃO DESSA ATIVIDADE

        

    O professor poderá utilizar esses mesmos cumprimentos também na sua chamada diária, de tal forma que ao chamar o nome do aluno cumprimente outro colega com o cumprimento estabelecido para aquele momento. O professor poderá estabelecer que, a cada dia, o aluno chamado cumprimente um colega diferente, por exemplo: “Hoje, em nossa chamada divertida, vamos cumprimentar o colega da frente”. Em outra situação, o colega da direita, ou esquerda, enfim…

    Eu, particularmente, procuro fazer do momento de chamada, um instante divertido, procurando variar em cada situação, ou seja, um dia solicito “a fruta que mais gosta” ou “a cor preferida” ou “o amigo que mais gosta na sala”, “o doce preferido”, “o passeio mais legal”, “o professor que mais gosta, incluindo-se os professores de hora-atividade, mas não vale falar o nome do professor regente da turma”, enfim…

CURIOSIDADE PARA AGUÇAR A CRIATIVIDADE
                         
(Fonte: https://hardcore.com.br/qual-a-origem-do-shaka-o-famoso-cumprimento-hang-loose/back-obama-shaka/)
     
        “Shaka”, o popular cumprimento “hang loose” dos surfistas, tornou-se um gesto tão comum quanto o popular “joinha” com o polegar para cima. Mas você sabe qual é o real significado deste gesto e de onde ele vem?
        A saber, o shaka é um cumprimento genuinamente havaiano, cujo significado é transmitir positividade, aceitação. Mas qual a sua origem? Bem, descobrir como esse gesto foi criado é um pouco mais complicado. Isso porque existem muitas versões e ninguém sabe ao certo qual é a verdadeira.
        Uma das teorias diz que o gesto começou a partir da relação dos imigrantes espanhóis com os nativos. Ao oferecerem aos havaianos algo para beber, os espanhóis usavam o sinal universal para a bebida; com o polegar na boca e o dedo mínimo no ar. Contudo, a história mais difundida de todas diz respeito a um nativo, chamado Hamana Kalili, que supostamente teria perdido os três dedos da mão acidentalmente em um engenho havaiano.
        Se alguém lhe mandar um shaka, retribua com a mesma positividade.
Dizem que Kalili, após o acidente, acenava para todos com mão cujos dedos haviam sido amputados e os havaianos retribuíam o gesto encolhendo os três dedos da mão, retribuindo com uma boa vibração.
        Podemos, portanto, utilizar vários cumprimentos em nossa atividade de chamada, contextualizando-se e interagindo com os alunos, seria uma ótima maneira de acolhimento. 
        Vamos experimentar?                                   

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