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O começo, o meio e o fim. Se quiser ter sucesso no mundo louco de hoje, você precisa mostrar sua personalidade, seu senso de humor e, acima de tudo, abrir seu coração. Eu não me furtaria a isso também: ANTONIO CARLOS MACEDO DOS SANTOS, licenciado em Educação Física, Pedagogia e especialista em Desenvolvimento Psicomotor, 66 anos, casado e feliz, alegre, otimista e pé no chão. Amo música, esportes, um bom livro, filmes, sou eclético nisso. Para saber mais sobre mim, navegue pelo meu blog, conheça minhas opiniões, paixões e descubra o que me inspira... e o que pode inspirar você também!

segunda-feira, 21 de abril de 2025

PÁSCOA E RESILIÊNCIA

 

                            (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7ZVnsTmd0dE)

Existem aceitações que deveríamos entender não como submissão, mas sim como sabedoria.

 Fugindo do comercial, do folclórico, o sentido da Páscoa, pode ir mais além do que coelhinho ou ovos de chocolate. Vamos em busca do espiritual, do renascimento, da superação da dor, o triunfo sobre a morte.

Quando pensamos na resiliência, na aceitação serena do destino e da virtude diante do sofrimento, podemos caminhar lado a lado com o real sentido da Páscoa. Na verdade, são duas retas que convergem para um único ponto.

Neste comentário pensemos em fugir de dogmas religiosos ou doutrinas. Procuremos dialogar comparativamente com a jornada do Cristo em seu renascimento e os pensamentos do domínio das ideias, conjugando com a transcendência, virtude e a libertação da alma. Duas filosofias distintas, porém, incidindo no mesmo objetivo.

 

O SOFRIMENTO: TRAVESSIA NECESSÁRIA PARA O DESPERTAR

No Cristianismo aprende-se que a Páscoa só acontece após a dor da cruz. Antes da ressurreição vemos agonia, abandono e silêncio. Já, para os resilientes, o sofrimento também é reconhecido como um processo inerente à vida; uma nova vida. Trata-se, portanto, uma porta para o crescimento e o desvelamento da sabedoria para esse novo caminhar. “Não devemos pedir que imaginar que as coisas sempre acontecerão da forma que desejamos, devemos intuir que elas ocorram como tudo deve ser”.

Passividade? Não, sabedoria.

O Cristo cumpre sua jornada, aceitando o seu papel e entrega-se, não por fraqueza ou submissão, mas por força interior – um enaltecimento à sua proposta de vida. Ele transcende à dor por uma proposta mais além – a vida nova. O resiliente, por sua vez, não confronta aquilo que não pode controlar, mas instiga sua alma para permanecer firme, ajustando suas ações para a superação de forças maiores.

A cruz, no fundo, representa aquilo que todos carregamos: dores, perdas, desafios. Neste sentido, tanto o Cristo quanto o resiliente conseguem enxergar uma possibilidade de travessia com dignidade, lucidez, respeito e amor para os caminhos tortuosos que surgem a sua frente. 


  MORRER PARA O EGO: O VERDADEIRO RENASCIMENTO

            O renascimento pascal vai além do sobrenatural, ele busca abrir portas para a transformação interior. Ele nos faz refletir que devemos morrer para o ego, nos desapegar de coisas materiais que, muitas vezes, são fúteis. Devemos cegar à ilusão da matéria.

            “Nós somos efêmeros, somos poeiras no tempo”. Devemos entender esta fala, não como deprimente, mas como um pensamento libertador, onde a transitoriedade da vida nos leve a uma nova forma de viver, centrando-nos na virtude, desapegado do que não podemos controlar e demonstrando gratidão pelo que somos e conquistamos com integridade.

            A Páscoa nos convida ao mesmo pensamento: despojarmo-nos do homem velho e renascermos em consciência. O Cristo ressuscitado e o resiliente iluminado conjugam o mesmo ideário de vida.

            Os pensamentos cristãos da vitória sobre a carne, da luz sobre as trevas interiores são paralelos ao entendimento da força da consciência sobre o ego.

 

            PERDÃO, AMOR E SERENIDADE: VIRTUDES QUE TRANSCENDEM À DOR.

            Cristo, quando na cruz, perdoou àqueles que o feriram. O perdão é um gesto incomparável de força espiritual. Aqueles que são resilientes sustentam o pensamento que o perdão surge do entendimento que os seres humanos erram por ignorância e incapacidade de superar seu egoísmo.

“Sábio é aquele que compreende antes de julgar e a virtude aflora com a compreensão e domínio de si e não dos outros”.

A Páscoa nos convida a amar, mesmo quando a dor e os ferimentos alheios são intensos e, por vezes, parecem insuportáveis. Devemos rasgar as correntes da mágoa e do rancor. Da mesma forma, aquele que é resiliente não sucumbe ao peso das ofensas, pele contrário, ele entende que cada pessoa tem o livre arbítrio. Ele, portanto, tem a responsabilidade sobre suas ações.

O perdão, tanto para o Cristo quanto para os resilientes é um ato de liberdade. O perdão é a escolha consciente de que a mazelas do mundo não devem ao equilíbrio ou contaminar a paz que desejamos ou precisamos ter.

 

           O LOGOS E O CRISTO: A RAZÃO CÓSMICA E A CONSCIÊNCIA DIVINA

            Os resilientes sustentam que o logos é a razão perene que organiza o universo presente no ambiente e nas pessoas. Viver em harmonia é viver com sabedoria e em consonância com o fluxo da vida e confiante em si para a superação das dificuldades que surgem durante o caminhar da vida.

            O logos é o princípio de tudo, até o próprio evangelho faz esta afirmação. Em João (1:1-14) encontramos o Cristo sendo apresentado como o "Verbo" (Logos), que era com Deus e era Deus, e através do qual todas as coisas foram feitas. A materialização do Verbo - o Logos – que se tornou carne é um dos pilares teológicos do Evangelho.

            Podemos, então, perceber a clareza desta conexão. Tanto o logos dos resilientes quanto o Cristo do evangelho representam uma consciência superior, uma sabedoria suprema que habita nosso ambiente visível e invisível.

            Viver norteado pelo logos ou pelo Cristo representa o alinhamento com algo maior, muito além do material, assumindo a consciência e a virtude que devem nos despertar a vivermos com propósitos saudáveis e plenos para o amor.

            A Páscoa e os pensamentos resilientes são e vão além de meras tradições; são reflexos de uma única verdade. É necessário que se morra internamente para renascer para a verdade e o amor. Ao morrermos para as ilusões, a raiva e o egoísmo, ressurgimos vivos para a consciência serena e para a virtuosidade.

Você já interpretou a Páscoa desta forma?

                                                                                                                 (Fonte: Chama Etoica)

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