Existem vários e vários provérbios relacionados ao ódio e ao amor. "O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões"; "Jamais se extingue o ódio com o ódio. O ódio só se extingue com o amor, esta é a lei eterna"; "O ódio é o irmão gêmeo e rebelde do amor"; "A diferença do amor e do ódio é que pelo ódio a gente mata e, pelo amor a gente morre".
Mas o que é o ódio e o que é o amor? O ódio, ou execração, raiva, rancor ou ira, é um sentimento forte de protesto ou frustração que manifestamos contra alguém ou alguma coisa que se exterioriza quando o ego se sente ferido ou ameaçado. Já o amor é definido como um sentimento muito forte de afeto entre duas pessoas. Sua intensidade é capaz de unir essas pessoas sob quaisquer circunstâncias, superando as maiores dificuldades ou provações. As definições para o amor transcende a história humana, muitos pensadores e poetas definiram o amor e os resultados são bastante variados.
Hesíodo (VIII a.C.) definiu o amor como a força que move as coisas, sendo capaz de uni-las e torná-las inseparáveis. Platão (428-348 a.C.) define o amor como um sentimento de falta ou pelo desejo de ter o que não se possui, transmitindo-nos a ideia de incompletude, cabendo à pessoa amada preencher esse espaço vazio. Para Descartes (1596-1650), o amor é uma emoção da alma que nos leva a uma união voluntária com quem nos faz bem. Sendo assim, quando isso ocorre, somos invadidos por um forte sentimento de benevolência em relação à pessoa amada. Leibniz (1646-1716) diz que o amor é a busca do prazer na satisfação e na felicidade da pessoa que amamos, ou seja, nossa felicidade está vinculada à felicidade da pessoa que amamos. O amor puro não é interesseiro, os dois lados da relação compartilham da mesma felicidade. Hegel (1770-1831) fala do amor como um sentimento infinito que produz uma "verdadeira unificação" entre duas pessoas, numa completa identificação entre ambas, a ponto de sentirem que sua existência depende da unidade com o outro.
Dessa forma, o amor nos fornece uma ideia contraditória, onde nele encontramos a plenitude do nosso ser no abandono de nós mesmos e na identificação com o outro. Tomando-se essa concepção, quando essa perda de identidade, essa doação ou esse sacrifício não é compreendido, pode surgir as frustrações, as decepções, as contradições, as brigas... separação. e o ódio.
Então, como lidar com isso?
ACEITAÇÃO
A psicologia nos ensina que aceitar consiste em acolher o outro de forma como ele se apresenta, com seus defeitos, qualidades e excentricidades, sem tentativas de modificá-lo para que satisfaça expectativas e se ajuste aos caprichos dos outros. E quando se trata de uma situação negativa, vale o mesmo princípio, ou seja, o que está errado e não me permite consertar, deve ser superado. "Aceitar o que aconteceu é o primeiro passo para superar as consequências de qualquer infortúnio", quando aceitamos aprendemos a ser autênticos e conseguimos desenvolver nossas potencialidades.
Carl Rogers (1902-1987), famoso psicólogo que trabalhava muito com a terapia centrada na pessoa, afirmava que quando se exerce a aceitação, o indivíduo tende a crescer, isto se chama tendência atualizante. Portanto, o bloqueio deste crescimento pode indicar falta de autoaceitação ou aceitação de um determinado fato que nos prejudica. Isto também se aplica em casos de frustrações ou perdas irreparáveis. Quando buscamos entender e aceitar, evitamos eventuais desajustes emocionais e adoecimento psíquico.
"O que a autoaceitação faz é abrir mais possibilidades de sucesso porque você não está lutando contra si mesmo ao longo do caminho" - Shannon Ables
E o que podemos fazer para superar o ódio que, por muitas vezes, nos consome e empobrece nosso espírito? Temos que entender e aceitar que todos somos diferentes, isso nos tranquilizará. Claro que isso não acontecerá da noite para o dia, isso é um exercício mental contínuo. Pense comigo: É loucura odiar todas as rosas, somente porque uma delas lhe espetou. Você jogaria fora todo dinheiro que conquistou, porque num momento de sua vida recebeu uma nota falsa? Despejaria no lixo todas as frutas que encontrasse, porque um certo dia mordeu uma estragada? Abandonaria todos seus sonhos, pois um não deu certo? Condenaria todas as amizades, pois uma delas lhe traiu? Desacreditaria em todo o amor, porque um deles, em sua vida, foi infiel? Pense bem!
Então, devemos seguir em frente! Como diz o superman: "Para o alto e avante!"
1. SEJA REALISTA
Não seja severo consigo em suas autocríticas.
Não é prudente tentar dar conta de tudo que lhe desagrada ao mesmo tempo, trabalhe com equilíbrio os seus problemas.
Não crie expectativas muito ambiciosas ou imediatistas, pensamentos assim são antagônicos da aceitação.
É importante entender que cada dia apresenta novos desafios, mesmo que sua rotina pareça a mesma.
Entenda suas conquistas com serenidade, construa pontos de vistas diferentes para tudo que lhe aflige.
Exercite sua capacidade de resiliência, busque adaptar-se às mudanças, superar obstáculos e resistir à pressões de situações adversas.
"Não devemos ser pessimistas amedrontados ou otimistas desmedidos, mas busca dentro de nós o meio termo entre a cautela exagerada e a imprudência desmedida"
2. ACEITE A DOR
Não devemos imaginar que a aceitação ou a autoceitação acontece sem sofrimento, contrariedade ou recriminação. Essa é uma etapa que não se pode evitar, seja com mais ou menos dor. O que incomoda traz dor. E essa dor tente a se repetir, quando fingimos que a ferida emocional não existe. Sicatrize-a encarando a dor e cuidando da ferida.
"Superar uma dor não é esquecê-la, mas revisitá-la e não sentir absolutamente nada!
3. ENTENDA A INTENÇÃO
A aceitação pessoal vai al[em de um exercício de autoestima. Mes que a autoaceitação e a autoestima seja interligadas, pois uma conduz à outra, o processo de aceitação de si, ou uma situação, nem sempre equivale a amar cada parte sua.
O desafio está em descobrir onde há culpa, vergonha, autoaversão e perceber a interferência que esses sentimentos exercem em suas oportunidades, em sua qualidade de vida e em sua saúde. Melhore, a partir disso suas perspectivas de futuro.
"Não devemos subir uma montanha para que o mundo nos veja, mas sim para que vejamos melhor o mundo".
Claro que o assunto não se esgota aqui, mas a vida é uma longa caminhada, sejamos felizes a cada passo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário