Veja
algumas dicas básicas para melhorar seu português no seu dia a dia!
Com a
Internet, a língua portuguesa vem sofrendo, ao longo dos tempos, muitas
alterações, surgem novas palavras e expressões, em configuração de comandos ou
aplicações, muitas vezes sem o apropriado significado em nossa língua, modificando
nossa forma de escrever e, até mesmo, de falar. As palavras se abreviaram até o
ponto de se transformar em uma única expressão, duas ou no máximo três letras
(não=n, sim=s, de=d, que=q, também=tb, cadê=kd, tc=teclar, porque=pq, aqui=aki,
acho=axo, qualquer=qq, mais ou mas=+). Além dessa "contenção", houve
também um desmoronamento da pontuação e da acentuação (é=eh, não=naum), nos
enviando à fonética das palavras e não mais à etimologia. Isso é bom? Isso é
tendência? Ainda não tenho uma opinião formada a respeito desse tema. O que sei
é que a nossa boa e velha língua portuguesa vem se transformando e, quando
precisamos escrever corretamente, seja nas relações pessoais, acadêmicas ou no
mundo corporativo, acabamos nos perdendo na ortografia.
Os erros frequentes refletem
problemas que podem vir desde a educação básica, avançando o campo
profissional. Assim, muitas pessoas acabam ingressando no mercado de trabalho
ou iniciando seus estudos com muitas dúvidas. Além de deficiências na formação,
a falta de familiaridade com a leitura também contribui para o problema.
Precisamos resgatar o hábito de
consultar o dicionário, ou mesmo a internet, para sanar dúvidas linguísticas
pontuais e, para dar o pontapé inicial nessa reeducação, vou contribuir com
alguns esclarecimentos para orientar nas principais dúvidas e algumas
pegadinhas de português que costumamos ver por aí.
A grafia das palavras do português
pode ser bastante diferente da sua forma oral. Por isso, não é incomum que
sejam cometidos erros de grafia em provas discursivas ou em redações, por
exemplo.
Vamos otimizar nosso português?
1. Vamos
começar com o terno “dia a dia” citado acima, no começo de nosso bate
papo. O atual acordo ortográfico define que não deve ser usado o hífen em
locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais.
Logo, a forma correta de escrita da expressão é dia a dia, sem hífen. Assim,
escreve-se “dia a dia”, “passo a passo” etc.
2.
Ao meu ver ou a meu ver?
“Ao meu ver” não existe. O correto é “a
meu ver”. Exemplo: A meu ver, o evento foi um sucesso.
3.
Coco ou côco?
4.
Ao fazer a referência à fruta, não é necessário grafar
a pronúncia correta. Assim, escreve-se “coco”, sem acento.
5.
Dia a dia ou dia-a-dia?
Depois da última reforma ortográfica, o
hífen entre palavras iguais deixou de existir. Assim, escreve-se “dia a dia”,
“passo a passo” etc.
6.
Esteje ou esteja?
A expressão “esteje” também é comum apenas
na oralidade, e está incorreta. O certo é “esteja”.
7.
Fim de semana ou final de semana?
“Fim” é o contrário de início. “Final” é o
contrário de inicial. O correto neste caso, portanto, é “fim de semana”.
8.
Losango ou losângulo?
Na oralidade, é bastante comum ouvirmos a
palavra “losângulo”. No entanto, ela não faz parte da língua portuguesa. Assim,
o termo correto é “losango”.
9.
Mal-humorado ou Mau-humorado?
10.
A palavra “mal” é oposta à palavra “bem”. Por isso,
deve-se dizer sempre “mal-humorado”. Ah! E não se esqueça de usar o hífen!
11.
Media ou medeia?
Há quatro verbos irregulares com final
“iar”. São eles: mediar, ansiar, incendiar e odiar. Todos se conjugam como
“odiar”. Portanto, o correto é: medeio, anseio, incendeio e odeio. Exemplo: Ele sempre medeia os debates.
12.
Meio ou meia?
13. No sentido de “um pouco”, a palavra “meio” é invariável. Exemplo: Ela estava meio nervosa na reunião. Como numeral, meio deve concordar com o substantivo. Exemplos: Ele comeu meia maçã. Ele comeu meio abacate.
14.
Meio-dia e meio ou meio-dia e meia?
O correto é meio-dia e meia, pois o
numeral fracionário concorda em gênero com a palavra hora: meio dia e meia
hora.
15.
Menos ou menas?
“Menas” não existe. Por isso, mesmo ao se
referir a palavras femininas, use sempre “menos”.
16.
Obrigado ou obrigada?
Homens devem dizer “obrigado”. Mulheres
dizem “obrigada”.
1.
Paralisar ou paralizar?
Embora a dúvida seja muito comum, o
correto é a forma com “s”, ou seja, “paralisar”. A forma com “z” não existe na
língua portuguesa.
2.
Quatorze ou catorze?
Você pode ficar à vontade para usar
qualquer uma das formas, visto que ambas estão corretas.
3.
Quite ou quites?
Que significa: livre de livre de dívida,
de obrigação; desobrigado. “Quite” deve concordar com o substantivo a que se
refere. Exemplo: O professor está quite com a coordenação escolar; Os alunos
estão quites com seus trabalhos.
4.
Quiz ou quis?
Assim como toda conjugação do verbo querer
(quiseram, quiseste, quisera, etc.), a palavra “quis” deve ser escrita com “s”.
O correto, então, é “ele quis”.
5.
Seje ou seja?
Este é um caso semelhando ao “esteje”. Esqueça
o “seje”. Esta palavra é usada apenas em expressões orais, e não está de acordo
com a norma da língua portuguesa. Opte sempre por “seja”.
6.
Sobrancelha ou sombrancelha?
A presença de uma consoante como o “b”
tende a fazer com que haja uma nasalização do som do “o” em “sobrancelha”. No
entanto, a grafia e a pronúncia correta não incluem esse “m”. Assim, escreve-se
“sobrancelha”.
7.
Troféis ou troféus?
As palavras terminadas em ditongo
"eu" fazem plural com o acréscimo da desinência "s": céus,
réus, meus, seus, troféus. As palavras terminadas em "el" fazem
plural em "éis": anéis, coquetéis, papéis.
8.
Zero graus ou zero grau?
“Zero” está no singular. Portanto, o
substantivo “grau” deve acompanhá-lo na flexão. Assim, o correto é “zero grau”.
AGORA VAMOS NOS LEMBRAR
DE ALGUMAS PALAVRAS HOMÓFONAS
São aquelas palavras
que possuem significados e grafias completamente diferentes, porém têm o mesmo
som. Por isso, constantemente somos vítimas de confusão ao escrevê-las. Vamos a
alguns exemplos:
9.
Seção, sessão ou cessão?
A palavra “sessão” é usada para
indicar um intervalo de tempo. Por exemplo: A sessão de cinema vai começar em
breve.
Já a palavra “seção” é usada para
se referir a departamentos, setores ou “partes” de alguma coisa. Por exemplo:
“Preciso verificar a minha seção eleitoral.”
Por fim, “cessão” faz referência ao
verbo “ceder”. Usa-se nos casos em que algo é doado ou entregue: “A cessão das
roupas ajudou muitas pessoas.”
10.
Tem ou têm?
“Tem” refere à 3ª pessoa do singular do
verbo “ter” no Presente do Indicativo.
Exemplo: Ela tem uma casa na praia.
Já “têm” refere-se ao mesmo tempo verbal,
porém na 3ª pessoa do plural.
Exemplo: Elas têm uma casa na praia.
11.
A ou há?
Para indicar tempo passado, usa-se o verbo
haver. Por exemplo: “Atuo no setor de controladoria há 15 anos”.
O “a”, como expressão de tempo, é usado
para indicar futuro ou distância.
Exemplo: Falarei com o diretor daqui a
cinco dias. Ou: Ele mora a duas horas do escritório.
12.
A fim ou Afim?
A locução “a fim” indica ideia de
finalidade.
Exemplo: Nós viemos a fim de discutir o
projeto.
O termo “afim” é um adjetivo e significa
semelhança.
Exemplo: Eles têm ideias afins.
13.
Houve ou ouve?
“Houve” é a forma do verbo “haver”
conjugada na terceira pessoa do pretérito. Assim, tem sentido de existir,
acontecer. Por exemplo: Não houve nada de errado com ele.
Já “ouve” é uma forma do verbo “ouvir” e,
portanto, significa escutar, prestar atenção. Como na frase: Ele não ouve o que
a mãe diz.
14.
Conserto ou concerto?
Escrita com “s”, a palavra conserto faz
referência ao ato de consertar alguma coisa. Por exemplo: “O carro quebrado não
terá conserto.”
Já quando é grafada com “c”, a palavra
concerto faz referência a um espetáculo musical. Exemplo: “O concerto de
violino foi lindo.”
15.
Viagem ou viajem?
Viagem é substantivo. Exemplo: Fiz uma
linda viagem.
Viajem é a flexão do verbo viajar no
Presente do Subjuntivo e no Imperativo:
Exemplo: Espero que eles viajem amanhã.
16.
Mal ou mau?
Mal opõe-se a bem. Exemplo: O jogador
estava mal posicionado
Já mau é o posto de bom. Exemplo: Aquele homem
é mau.
17.
29. Cheque ou xeque?
A palavra “cheque”, com ch, diz respeito
ao documento usado como forma de pagamento. Já a palavra “xeque”, com x, faz
referência a uma situação de ameaça.
Por isso, o “xeque” é usado, no xadrez,
para anunciar a vitória de um dos participantes.
18.
Traz ou trás?
Traz é a conjugação do verbo “trazer” na
3ª pessoa do singular do Presente do Indicativo. Exemplo: Ela sempre traz os
relatórios para a gerência.
“Trás” refere-se à parte posterior.
Exemplo: Ele olhou para trás e viu o vulto.
19.
Cabeçalho ou cabeçário?
A ortografia correta da palavra é
“cabeçalho”, e ela faz referência às informações localizadas no topo de uma
página. A palavra “cabeçário” não existe na lingua portuguesa.
20.
Interviu ou interveio?
“Interviu” não é uma forma adequada ao
padrão normativo da língua. Assim, usa-se sempre “interveio” para indicar que
alguém interferiu ou mediou uma situação.
AGORA VAMOS NOS LEMBRAR DE ALGUMAS
PALAVRAS HOMÓGRAFAS
São palavras com a mesma grafia, mas
com sons e significados completamente diferentes. Apesar da mudança de som não
interferir no modo de escrita da palavra, é essencial saber que elas têm mais
de um significado no português.. Vamos a alguns exemplos:
21.
Apoio
A
palavra “apoio”, quando pronunciada com som aberto (“ap[ó]io”), refere-se a uma
conjugação do verbo “apoiar”. Por exemplo: Eu apoio a liberdade a iniciativa
dos professores em lutar por seus direitos.
No entanto, quando é pronunciada com som
fechado (“ap[ô]io”), ela faz referência ao ato de dar suporte a alguém ou alguma
coisa. Por exemplo: Ele recebeu muito apoio da família.
22.
Choro
Quando pronunciada com o som aberto
(ch[ó]ro), a palavra “choro” faz referência ao verbo chorar. Por exemplo: Eu
sempre choro quando vejo filmes de romance.
Já quando é pronunciada com o som fechado,
a palavra “choro” tem ligação com o ato de estar chorando, ou seja, é um
substantivo. Por exemplo: O choro do bebê durou a noite toda.
23.
Sede
Se dita com o som fechado (s[ê]de), a
palavra está se referindo à uma necessidade básica do corpo. Por exemplo: Senti
muita sede depois de comer os doces.
Por outro lado, se é pronunciada com o som
aberto, a palavra “sede” diz respeito ao espaço principal em que algo acontece,
a matriz. Por exemplo: A sede dos Correios fica longe da minha casa.
24.
Corte
A palavra “corte”, se dita com o som do
“o” fechado, faz menção ao espaço do rei. Por exemplo: A corte inglesa não
recebeu os visitantes.
No entanto, se pronunciada com esse som
aberto, refere-se ao ato de cortar ou golpear alguém. Por exemplo: A menina
tinha um corte na perna.
25.
Colher
Quando dita com o som fechado, a palavra
“colher” faz referência ao verbo. Por exemplo: Vou agora mesmo colher umas
verduras para fazer uma salada fresquinha. Por outro lado, quando pronunciada
com esse som aberto, refere-se ao talher que usamos para tomar sopa. Por
exemplo: Maria, pegue a colher de sobremesa, por favor.
AGORA VAMOS NOS LEMBRAR DE ALGUMAS
PALAVRAS COM HOMÔNIMOS PERFEITOS
São palavras que têm a mesma escrita e a
mesma sonoridade, mas seus significados são completamente diferentes. Alguns
deles lembram palavras que usamos cotidianamente, e, portanto, podem gerar
confusões em falantes e também podem ser pegadinhas em questões de português. Vamos
a alguns exemplos:
26.
Cedo
27.
A palavra “cedo” pode fazer referência a um momento do
dia, como: Ele sai para o trabalho bem cedo de manhã.
No entanto, ela também pode fazer
referência à primeira pessoa do verbo ceder: “Sempre que ela me pede um favor,
eu cedo.”
28.
Rio
O “rio” pode ser tanto um caminho de água
que deságua no mar. Por exemplo: O leito desse rio está bastante assoreado. Mas
também pode se referir à primeira pessoa do verbo rir: Quando estou feliz, eu
rio à toa.
29.
Canto
O “canto” é uma das palavras que não sofre
uma mudança semântica tão intensa. Isso porque ela pode fazer referência à
primeira pessoa do verbo “cantar” — eu canto —, ou ao ato de cantar em si,
sendo, nesse caso, um substantivo: O canto dos pássaros é muito bonito. Mas,
também pode ter sentidos com: ponto, superfície ou linha de convergência; ângulo,
quina. Exemplo: Coloque a vassoura no canto da cozinha, por favor. Ou ainda, significar
um local retirado; recanto. Exemplo:
Mário saiu sem avisar, deve ter ido a qualquer canto.
30.
Verão
“Verão” é tanto a estação mais quente do
ano quanto a terceira pessoa do verbo “ver”, conjugada no futuro: Eles verão um
filme amanhã à tarde.
31.
Apontar
Apontar é mais uma palavra com dois
significados muito distintos. Por um lado, pode fazer referência ao ato de
indicar algo: Basta apontar para o prêmio. Por outro lado, pode também se referir
ao ato de tornar a ponta de algo mais fina. Por exemplo: É preciso apontar o
lápis antes de escrever.
AGORA VAMOS NOS LEMBRAR DE ALGUMAS
PALAVRAS COM HOMÔNIMOS PERFEITOS
São palavras que têm sonoridade bem
parecida, mas, na verdade, tanto sua grafia quanto seu significado são
diferentes. São diferentes das palavras homófonas pois sua sonoridade, apesar
de parecida, não é idêntica. Essas são as palavras que mais causam confusão no
português e na hora de escrever uma redação. Por isso, preste bastante atenção
nelas! Vamos a alguns exemplos:
32.
Retificar ou ratificar?
“Retificar” refere-se ao ato de corrigir,
emendar. Por exemplo: Vou retificar os dados da empresa.
Ratificar significa confirmar, comprovar.
Exemplo: Estávamos corretos. Os fatos ratificaram nossas previsões.
33.
A par ou ao par?
No sentido de estar ciente, o correto é “a
par”. Exemplo: Ele já está a par do ocorrido.
Use “ao par” somente para equivalência
cambial. Exemplo: Há muito tempo, o dólar e o real estavam quase ao par.
34.
A princípio ou em princípio?
A princípio equivale a “no início”. Exemplo:
Achamos, a princípio, que ele estava falando a verdade.
Em princípio significa “em tese”. Exemplo:
Em princípio, todo homem é igual perante a lei.
35.
Senão ou se não?
Senão significa “a não ser”, “caso contrário”.
Exemplo: “Nada fazia senão reclamar”.
Se não é usado nas orações subordinadas
condicionais. Exemplo: Se não chover, poderemos sair.
36.
Onde ou aonde?
“Onde” indica o lugar em que algo ou
alguém está, e deve ser utilizado somente para substituir vocábulo que expressa
a ideia de lugar. Exemplo: Onde coloquei minhas chaves?
“Aonde” também indica lugar em que algo ou
alguém está. Porém, é usado quando o verbo que se relacionar com “onde” exigir
a preposição “a”. Assim, deve-se agregar
essa preposição ao advérbio, formando o vocábulo “aonde”. Expressa a ideia de
destino, movimento. Exemplo: Aonde você irá depois do trabalho?
37.
Despercebido ou desapercebido?
“Despercebido” significa sem atenção. Exemplo:
As mudanças passaram despercebidas.
Desapercebido significa desprovido,
desprevenido. Exemplo: Ele estava totalmente desapercebido de dinheiro.
38.
Perca ou perda?
Perca é o verbo “perder” conjugado na
primeira ou terceira pessoas do presente do subjuntivo. Também equivale à forma
na segunda pessoa do imperativo afirmativo. Exemplo: Não perca as esperanças.
“Perda”, por sua vez, é um substantivo. Exemplo:
Há muita perda de tempo com banalidades.
39.
Cumprimento ou comprimento?
A palavra “cumprimento” pode representar a
forma nominal do verbo “cumprir”, como no caso: “O cumprimento da pena foi
concluído”.
Outra opção é fazer referência ao verbo
“cumprimentar”, como em: “O cumprimento dele foi muito carinhoso.”
Já a palavra “comprimento” faz referência
ao tamanho de alguma coisa. Por exemplo: A parede tem 3 metros de comprimento.
40.
Tráfego ou tráfico?
O “tráfego” diz respeito ao movimento de
veículos e a ida de um lugar a outro. Por exemplo: “O tráfego no centro estava
muito bom.”
A palavra “tráfico”, por sua vez,
refere-se a atividades ilegais. É o caso, por exemplo, de: “O tráfico de drogas
aumentou no Rio de Janeiro.”
41.
De mais ou demais?
Demais significa excessivamente e também
pode significar “os outros”. Exemplo: Você trabalha demais.
De mais opõe-se a “de menos”.
Exemplo: Alguns possuem regalias de mais,
outros de menos.
42.
Mas ou mais?
Mas é conjunção adversativa e significa,
“porém”. Exemplo: Gostaria de ter viajado, mas tive um imprevisto.
Mais é advérbio de intensidade. Exemplo:
Adicione mais açúcar, se quiser.
43.
Descriminar ou discriminar?
Descriminar significa absolver, inocentar.
Exemplo: O juiz descriminou o jovem acusado.
Discriminar significa separar,
diferenciar. Exemplo: Os produtos estão discriminados na nota fiscal.
44.
Imergir ou emergir?
Imergir e emergir são, na verdade,
palavras com significados opostos. A primeira significa afundar, mergulhar,
fazer com que algo fique abaixo do nível da água.
Já a segunda significa exatamente o
contrário: subir, vir à tona, sair debaixo d’água.
45.
Delatar ou dilatar?
Delatar significa fazer uma denúncia. Por
exemplo: A vítima delatou o criminoso.
Dilatar, por sua vez, significa aumentar o
tamanho de algo. Por exemplo: O ferro dilatou com o calor.
46.
Aprender ou apreender?
Aprender faz referência ao ato de ganhar
conhecimento. Por exemplo: Ela aprendeu a desenhar.
Já “apreender” é sinônimo de pegar,
apanhar: A polícia apreendeu o contrabando.
47.
Suar ou soar?
“Suar” é o que acontece quando praticamos
exercícios físicos ou ficamos em um ambiente muito quente. Por exemplo: Depois
da corrida, ela suava muito.
“Soar”, no entanto, refere-se a fazer um
som: Os sinos da capela soaram ao meio-dia.
48.
Dispensa ou despensa?
Dispensa é uma forma de dizer que fomos
liberados de uma obrigação. Por exemplo: Amanhã ele está de dispensa, então não
vai trabalhar.
Já a despensa diz respeito ao espaço onde
guarda-se a comida. Por exemplo: A despensa da casa estava cheia de produtos
novos!
AGORA VAMOS NOS
LEMBRAR DE ALGUMAS
CONCORDÂNCIAS
VERBAL E NOMINAL
A
concordância verbal determina que verbo e sujeito devem concordar entre si.
Isso significa que o verbo deve ser flexionado de acordo com o sujeito.
Já
a concordância nominal é a que se refere ao substantivo e os seus acompanhantes
— artigos, pronomes etc. — e determina que eles devem concordar entre si.
Embora pareça bastante simples,
alguns casos podem gerar confusão. Confira alguns exemplos para não errar no
português:
49.
Aceita-se ou aceitam-se?
Nesse caso, o verbo “aceitar” deve
concordar com o sujeito se ele estiver no plural ou no singular. Exemplo:
“Aceita-se animal de estimação” ou “Aceitam-se animais de estimação”
50.
Para mim fazer ou para eu fazer?
Lembre-se do que dizia sua professora de
português: “Mim não faz nada”. Mim é um pronome pessoal oblíquo, por isso não
pode vir antes de um verbo exercendo função de sujeito em uma oração. Portanto,
o correto é “para eu fazer”, “para eu falar”, “para eu estudar” e assim por
diante.
51.
São uma hora ou é uma hora?
O verbo deve concordar com as horas. Exemplo:
É uma hora da tarde. Outros exemplos: São duas horas da tarde, são três horas
da tarde e assim por diante.
52.
Anexo
É preciso atenção para acertar nessa
concordância. Dizer que algo está em anexo é o mesmo que dizer que algo está
anexado. Por isso, a palavra deve concordar com o substantivo a que ela se
refere: “Anexas seguem as cartas” ou “anexo segue o comprovante”, ou ainda “os
documentos solicitados estão anexos”.
Em anexo é uma forma invariável. Portanto,
não vai para o feminino e nem para o plural:
“Em anexo, seguem as cartas. Segue o
comprovante em anexo. Os documentos solicitados seguem em anexo”.
53.
Em vez de ou ao invés de?
“Em vez de” é usado como substituição.
Exemplo: Em vez de elaborarmos um
relatório, discutimos o assunto em reunião.
“Ao invés de” é usado como oposição.
Exemplo: Subimos, ao invés de descer.
54.
Ao encontro de ou de encontro a?
“Ao encontro de” dá ideia de harmonia,
concordância.
Exemplo: Os diretores estão satisfeitos,
porque a atitude do gestor veio ao encontro do que desejavam.
“De encontro a” dá ideia de oposição.
Exemplo: Os ideais do partido estão indo
de encontro a minha ideologia, por isso me afastei.
55.
Através ou por meio?
Através expressa a ideia de atravessar.
Exemplo: Ele olhava através da janela.
Por meio significa “por intermédio”.
Exemplo: Os senadores sugerem que, por
meio de lei complementar, os convênios sejam firmados com os estados.
56.
Precisa-se ou precisam-se?
Nesse caso, a partícula “se” tem a função
de tornar o sujeito indeterminado, ou seja, o verbo permanece sempre no
singular, sem variar para o plural mesmo que o sujeito o faça.
Exemplo: Precisa-se de estagiários.
57.
Implicar, implicar com ou implicar em?
No sentido de acarretar, o verbo
“implicar” não admite preposição.
Exemplo: O acidente implicou várias
vítimas.
Já no sentido de ter implicância, a
preposição exigida é “com”.
Exemplo: Ele sempre implicava com os
filhos.
E quando se refere a comprometimento,
deve-se usar a preposição em.
Exemplo: Ela implicou-se nos estudos e
passou no concurso.
58.
Existe ou existem?
O verbo existir admite plural,
diferentemente do verbo haver, que é impessoal.
Exemplo: Existem muitos problemas nesta
empresa, ou existe apenas um problema nesta empresa.
59.
Tão pouco ou tampouco?
Tão pouco corresponde a “muito pouco”.
Exemplo: Trabalhamos muito e ganhamos tão
pouco.
Tampouco corresponde a “também não”, “nem
sequer”.
Exemplo: Não compareceu ao trabalho,
tampouco justificou sua ausência.
60.
A nível de ou em nível de?
A expressão “em nível de” deve ser usada
quando se refere a “âmbito”.
Exemplo: A pesquisa será realizada em
nível de direção.
Já o uso de “a nível de” significa “à
mesma altura”.
Exemplo: Estávamos ao nível do mar.
61.
Chego ou chegado?
Chego é 1ª pessoa do Presente do
Indicativo.
Exemplo: Eu sempre chego cedo.
Embora alguns verbos tenham dupla forma de
particípio, como imprimido/impresso, frito/fritado e acendido/aceso, o único
particípio do verbo chegar é chegado.
62.
Faz ou fazem?
No sentido de tempo decorrido, o verbo
“fazer” é impessoal, ou seja, só é usado no singular.
Exemplo: Faz dois meses que trabalho nesta
empresa.
Em outros sentidos, faz deve concordar com
o sujeito.
Exemplo: Eles fazem um bom trabalho.
63.
Aluga-se ou alugam-se?
Quando a partícula “se” funciona como
índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado no singular.
Por exemplo: Precisa-se de funcionários.
No entanto, quando o “se” funciona como
partícula apassivadora, ele deve concordar com o substantivo: Alugam-se casas
nesta rua.
64.
Porcentagem: singular ou plural?
Depende. Em uma porcentagem, o verbo deve
concordar com o numeral. Por exemplo: “20% dos trabalhadores querem férias” ou
“Apenas 1% votou a favor”.
65.
Pronome relativo “quem”
Deve sempre concordar com o sujeito a quem
se refere. Por exemplo: “Sou eu quem quero esse celular” ou “Somos nós quem
fizemos a reserva”.
66.
Vários substantivos juntos
Em uma frase, quando temos mais de um
substantivo e eles têm gêneros diferentes, o adjetivo pode concordar:
Com o substantivo que estiver mais perto
dele: “Blusa e vestido novo.”
Com ambos os substantivos, sendo usado no
masculino: “Blusa e vestido novos.”
67.
Bastante ou bastantes?
Quando usada como advérbio de intensidade,
a palavra “bastante” não tem variação de número: Eles correram bastante ontem à
noite.
No entanto, quando usada como adjetivo, o
“bastante” deve acompanhar o substantivo: Já há bastantes livros na sua
estante!
Uma frase equivalente seria: Já há livros
o suficiente na sua estante.
68.
Só ou sós
Quando a palavra “só” é usada como um
sinônimo de sozinho, ela deve acompanhar o substantivo: “Depois do fim da festa,
ele ficou só” ou “Depois do expediente, eles ficaram sós.”
69.
Pronome indefinido + preposição + adjetivo
De acordo com a regra do português
brasileiro, quando temos um pronome indefinido ao lado da preposição “de”, o
adjetivo normalmente fica no masculino e no singular.
Por exemplo: “Ele sentiu algo de estranho”
ou “Não fizemos nada de divertido”.
AGORA VAMOS NOS
LEMBRAR DE ALGUMAS
FORMAS DE
UTILIZAÇÃO DA CRASE
As regras de crase
costumam ser muito cobradas no português para concurso e outras provas
oficiais. Como existem muitas regras, pode ser bastante confuso memorizar todas
elas — especialmente os casos em que o acento grave é opcional.
A seguir, mostrarei
os principais exemplos de sua utilização. Vamos conferir?
70.
Palavras femininas
A
crase deve ser empregada apenas diante de palavras femininas. Essa é a regra
básica para quem quer aprender mais sobre o seu uso.
Caso você fique em dúvida sobre quando
utilizar o acento grave, substitua a palavra feminina por uma masculina: se o
“a” virar “ao”, a palavra receberá o acento grave.
Exemplo: As amigas foram à
confraternização de final de ano da empresa.
Ao substituir a palavra “confraternização”
pela palavra “encontro”, temos:
As amigas foram ao encontro de final
de ano da empresa.
71.
Indicação de hora
Lembre-se de utilizar a crase em
expressões que indiquem hora.
Exemplos:
Às
três horas, começaremos a estudar.
A
partida de futebol terá início às 17h.
Ele
esteve aqui às 8h, mas foi embora porque não te encontrou.
Porém, quando as horas estiverem
antecedidas das preposições “para”, “desde” e “até”, o artigo não receberá o
acento indicador de crase.
Exemplos:
Ele
decidiu ir embora, pois estava esperando desde as 10h.
Marcaram
o encontro no restaurante para as 20h.
Fique
tranquilo, eu estarei no trabalho até as 9h.
72.
Tempo, lugar e modo
Utilize a crase antes de locuções
adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo.
Exemplos:
Às vezes, chegamos
mais cedo à escola.
Ele terminou a prova às pressas, pois já
passava do horário.
73.
Palavras masculinas
A crase, na maioria das vezes, não ocorre
antes de uma palavra masculina. Isso acontece porque antes da palavra masculina
não ocorre o artigo “a”, indicador do gênero feminino.
Exemplos:
O pagamento das
dívidas foi feito a prazo.
Os
primos foram para a fazenda andar a cavalo.
Tempere
com pimenta e sal a gosto.
Eles
viajaram a bordo de uma aeronave moderna.
Marcos
foi a pé para o escritório.
Exceção:
Existe um caso em que o acento indicador
de crase pode surgir antes de uma palavra masculina. Isso acontecerá quando a
expressão “à moda de” estiver implícita na frase.
Exemplos:
Ele cantou a
canção à Roberto Carlos. (Ele cantou a canção à moda de Roberto Carlos).
Ele fez um gol à
Pele. (Ele fez um gol à moda de Pelé).
Ele comprou
sapatos à Luís XV. (Ele comprou sapatos à moda de Luís XV).
74.
Antes dos pronomes possessivos femininos “minha”,
“tua”, “nossa” e etc.
Nesses casos, o uso do artigo antes do pronome
é opcional.
Exemplo:
“Eu devo
satisfações à minha mãe” ou “Eu devo satisfações a minha mãe”.
75.
Antes de substantivos femininos próprios
Vale lembrar que, antes de nomes próprios
femininos, o uso da crase é opcional. Isso acontece porque o artigo antes do
nome não é obrigatório.
Exemplos:
“Carlos
fez um pedido à Mariana” ou “Carlos fez um pedido a Mariana”.
76.
Preposição “até”
Se depois da preposição “até” houver uma
palavra feminina que admita artigo, a crase será opcional.
Exemplo: Os amigos foram até à praça. Ou:
os amigos foram até a praça.
77.
Nome de lugares
Antes de lugares com nomes femininos, deve
haver indicação de crase. Uma forma simples de memorizar esta regra é pensar:
“Vou a, volto da, crase há”. Por exemplo:
Vou “a” São Paulo.
Volto “de” São Paulo. Portanto: não há crase.
Vou à Bahia. Volto “da” Bahia. Portanto:
há crase.
AGORA VAMOS NOS LEMBRAR DE ALGUMAS
FORMAS DE UTILIZAÇÃO DOS PORQUÊS
A regra de uso dos
porquês também é um tópico muito abordado em provas. Existem quatro normas
principais, mas elas podem ser bastante confusas se não prestarmos atenção e
praticarmos bastante.
Vamos conferir esses casos:
78.
Por que
O “por que”, separado e sem acento, é
usado principalmente no início de uma pergunta direta. Em geral, pode ser
substituído por “motivo” ou “razão” e usado como sinônimo de “pelo qual”.
Exemplos:
Por
que você não foi à aula?
Quero
saber por que você mentiu.
79.
Porque
O “porque”, junto e sem acento, é chamado
de “porque de resposta”. Afinal, ele só aparece no início de uma frase de
resposta a uma pergunta. Pode ser substituído por “Pois”.
Exemplo:
Por
que você não foi à aula?
Porque
estava muito doente.
Ou:
Ele não foi à aula porque estava muito doente.
80.
Por quê
O “por quê”, separado e com acento, é
usado apenas quando aparece no final de uma pergunta.
Por exemplo: “Ela não foi ao teatro. Por
quê?”
81.
Porquê
O “porquê”, junto e com acento, é usado
quando o “porquê” se transforma em um substantivo. Assim, deve sempre vir
acompanhado de um artigo ou pronome que o defina.
Exemplo: Quero saber o porquê desta
bagunça. Ou: Não entendi o porquê dessa atitude.
Agora que você já vimos
os casos ortográficos mais importantes da língua portuguesa, sugiro mais 10
dicas extras para aprimorar os conhecimentos no português de forma geral. Confira!
1. Leia bastante
A
leitura é a principal maneira de aprimorar os conhecimentos em português de
forma divertida e dinâmica. Os livros possibilitam:
· Ampliação do
vocabulário;
· Familiaridade com
usos menos correntes das palavras;
· Aumento do contato
com a ortografia correta dos termos.
Assim,
podem ajudar quando surgir dúvidas de ortografia e também nas questões de
semânticas. Sendo assim, você conseguirá ampliar sua forma de se expressar e minimizar
as possibilidades de erro.
2. Tenha acesso à boas gramáticas
As
gramáticas são responsáveis por reunir regras e exemplos da língua portuguesa.
Investir em gramáticas de qualidade, principalmente ao estudar para provas, é
uma maneira de garantir o acesso às melhores informações.
Além
disso, as gramáticas também costumam ter seções de dúvidas frequentes e
exercícios com respostas e exemplos. Desse modo, você pode praticar o seu
português e fazer testes para garantir que entendeu os conceitos aprendidos.
3. Conheça as classes gramaticais
Parece
simples, mas saber quais são as classes gramaticais pode te ajudar a
compreender melhor tanto as regras de português, quanto os seus usos mais
adequados.
São
10 as classes gramaticais, e cada uma delas tem uma função específica. Veja
para não esquecer:
a)
Substantivo: responsável por nomear os seres em geral,
além de objetos, lugares etc.
b)
Verbo: indica ações, estados ou fenômenos da
natureza.
c)
Adjetivo: são as palavras que atribuem
características aos substantivos.
d) Pronome: acompanham ou substituem os substantivos,
indicando a relação entre as pessoas do discurso.
e)
Artigo: palavra que antecede o substantivo,
indicando seu gênero, número e pessoa.
f)
Numeral: indica a posição ou o número de um ou
vários elementos.
g)
Preposição: responsável por ligar os elementos de uma
oração.
h)
Conjunção: responsável por ligar duas orações de
mesmo valor gramatical.
i)
Interjeição: palavra que exprime emoções, sons e
sentimentos.
j)
Advérbio: palavra que modifica o verbo, o adjetivo
ou outro advérbio, indicando tempo, modo, intensidade etc.
4. Mantenha-se atento
A
língua portuguesa é viva e está em constante transformação. Ainda que as normas
gramaticais demorem a mudar de acordo com o uso dos falantes, é muito
importante manter em mente que elas não estão escritas em pedra.
Por
isso, mantenha-se atualizado a eventuais mudanças, como o Novo Acordo
Ortográfico, que entrou em vigor no Brasil em 2016.
5. Use o dicionário
Mesmo
que atualmente o dicionário já não seja um objeto tão usado quanto no passado,
sua importância ainda é fundamental para aqueles que desejam ter um bom domínio
da língua portuguesa.
Desse
modo, mantenha pelo menos um exemplar de qualidade em casa. Você pode usá-lo
para tirar dúvidas de vocabulário ao longo de exercícios ou de uma leitura, e
também pode aproveitar para folheá-lo de vez em quando.
Além
de ser uma importante fonte de informações sobre o nosso vocabulário, o
dicionário contém usos menos comuns de vocábulos e pode ajudar a esclarecer
confusões sobre a ortografia das palavras.
6. Procure evitar os corretores
automáticos
Atualmente,
estamos muito habituados a trabalhar nos computadores, onde sempre podemos
contar com os corretores automáticos para corrigir eventuais erros de grafia.
No entanto, se você quer mesmo treinar o seu português, experimente
desligá-los.
Sem eles ficaremos muito mais atentos a
erros ortográficos. Além disso, criamos o hábito de escrever com mais calma,
realmente pensando no que estamos fazendo.
Por
isso, essa prática ajuda não só nos estudos da língua, mas também na
concentração e na atenção ao longo de nossas produções textuais.
Bons
estudos!
(Fonte: https://blog.lfg.com.br/estudos/portugues-para-concurso/)
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