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O começo, o meio e o fim. Se quiser ter sucesso no mundo louco de hoje, você precisa mostrar sua personalidade, seu senso de humor e, acima de tudo, abrir seu coração. Eu não me furtaria a isso também: ANTONIO CARLOS MACEDO DOS SANTOS, licenciado em Educação Física, Pedagogia e especialista em Desenvolvimento Psicomotor, 66 anos, casado e feliz, alegre, otimista e pé no chão. Amo música, esportes, um bom livro, filmes, sou eclético nisso. Para saber mais sobre mim, navegue pelo meu blog, conheça minhas opiniões, paixões e descubra o que me inspira... e o que pode inspirar você também!

domingo, 8 de janeiro de 2023

IMANÊNCIA E TRANSCENDÊNCIA

 

               Fontes: https://pedagogiaconcursos.com/questoes-de-concursos/10-questoes-de-ensino-religioso/                                                                                                 https://www.neipies.com/funcao-do-ensino-religioso-na-perspectiva-da-laicidade/

        Você sabe o que significa o termo imanência? Imanência é algo que tem em si próprio o seu princípio e seu fim. Já o termo transcendência, faz referência a algo que possui um fim externo e superior a si mesmo. O primeiro termo nos remete à realidade material, apreendida imediatamente por nossos sentidos, ao passo que transcendência se refere à realidade imaterial, de uma natureza puramente teórica e racional. 

        A Filosofia, desde Platão e Aristóteles (entre os anos 400-330 a.C.), tenta lidar com o esclarecimento de ambos os termos, visto que são antagônicos e que provocam a discussão acerca da validade de cada um ou da superioridade de um sobre outro. 

        Durante a Idade Média, a discussão da validade de cada um desses conceitos dividiu o pensamento entre grandes filósofos; os neoplatônicos, como Agostinho, defendiam a superioridade inquestionável da transcendência, e os filósofos aristotélicos, como Tomás de Aquino, acreditavam a validade da realidade imanente. 

        Do ponto de vista religioso entende-se que: 

        · Imanência: relaciona-se às religiões panteístas, como as religiões africanas e o hinduísmo. Aqui, a concepção da ideia de Deus não se separa da matéria, sendo parte integrante e indissociável dela. Deus está em tudo, permeia tudo e não é uma entidade criadora, mas, sim, organizadora. Na Filosofia, o filósofo holandês Baruch de Spinoza propôs uma ideia de Deus imanente e panteísta, resumida na máxima: ‘Deus sive natura’ (“Deus, ou seja, a natureza”). Deus seria a matéria presente em tudo e que participa de tudo;

        · Transcendência: a tradição judaico-cristã e islâmica se embasa na noção de um Deus transcendente, ou seja, uma entidade primeira e separada da matéria que foi responsável por criar tudo o que está na natureza. Para o cristianismo, porém, a figura de Jesus Cristo é a personificação imanente (material) do Deus transcendente (espiritual).

                  Fonte; https://globalizado.com.br/imanencia-transcendencia-filosofo-nilo-deyson-monteiro/

CONTEXTO ESCOLAR

          Essa discussão sobre a diferença entre os dois termos está presente no componente curricular de Ensino Religioso e, dessa forma, o aluno vai desenvolvendo num contexto sócio-histórico a construção e consolidação de posturas de respeito à diversidade cultural e religiosa em um Estado laico.

          A escola, portanto, nesse processo de formação social, através da sistematização e transmissão dos conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade, oferece ao aluno a formação humana a partir do desenvolvimento de saberes e fazeres que contribuem para a justiça social, a inclusão e o exercício da cidadania.

          Nesse sentido, o aluno vai, ao longo desse processo de formação, tecendo reflexões, fazendo registros, lendo os textos sugeridos, assistindo vídeos, observando imagens com atenção para interpretá-las, ouvindo músicas, realizando atividades, compartilhando ideias e, com isso, aprimorando sua atuação responsável na sociedade.

          Logo, o Ensino Religioso como área de conhecimento trabalhada no dia a dia da escola contribui para a materialização dos ideais de democracia, inclusão social e educação integral, conforme descrito na BNCC, pois com as diretrizes, objetivos e competências gerais apresentadas nesse documento, a comunidade escolar deve empreender um movimento de ação na prática pedagógica das escolas, incentivando seus filhos, independentemente de qualquer posicionamento religioso, a participar das aulas de Ensino Religioso.

          O Ensino Religioso tem o enfoque de superação do proselitismo. Ele diz não ao intento de converter pessoas, ou determinados grupos, a uma determinada ideia ou religião. A Escola, como dissemos anteriormente, é laica e, sendo assim, busca constantemente um diálogo respeitoso à diversidade cultura e religiosa em todos os segmentos de nossa sociedade para que encontremos perspectivas para repensar a vida social e adquirir uma responsável convivência coletiva.

          Ao tratarmos sobre os conhecimentos religiosos é preciso, segundo a BNCC, partir de pressupostos éticos e científicos, sem privilégio de nenhuma crença ou convicção ideológica. Para isso deve-se considerar que o conhecimento religioso é um objeto de estudo amplo, que perpassa diversas questões sociais, a BNCC organizou os objetos de conhecimento (conteúdos) em torno de três unidades temáticas que dialogam entre si e se complementam, a saber:

·       Identidade e alteridade:

·       Crenças religiosas e filosofia de vida;

·       Manifestações religiosas.

          Para se alicerçarmos esse conhecimento deve-se desencadear problematizações sobre aspectos da realidade que, a partir da investigação, levem à reflexão individual e coletiva. Esta última, materializada por meio do diálogo. Portanto, problematizar, investigar, refletir e dialogar são princípios norteadores no processo de aprendizagem em Ensino Religioso.

          Essa imersão leva à compreensão do seu próprio “eu” , que é importante para traçar alternativas nas quais os alunos se reconheçam como indivíduos únicos e singulares, mas que também enxerguem e respeitem os “outros” em suas individualidades. Daí, a importância de se compreender que o “eu” é construído na relação com os “outros”. É nessa relação que cada um se apropria da cultura e, ao mesmo tempo, a produz.

          E, nesse ponto, quando trabalhamos o “eu”, o “outro” e o “nós”, identificando e acolhendo as semelhanças e diferenças é que, justamente, aprendemos a respeitar as características físicas e subjetivas de cada um, valorizando a diversidade de formas de vida. Nesse momento estamos diante da imanência e transcendência, que tanto enriquece o aprendizado em Ensino Religioso, com o olhar voltado para a formação de seres humanos críticos, participativos e respeitosos. 

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